Anúncio de circo de quinta categoria

Mais uma da série "precisa-se de palhaço":

Vaga: Assessor de Imprensa
Descrição: Vaga para assessor de imprensa com experiência, ótima redação, inglês falado e escrito avançado, disponibilidade para viagens, veículo próprio, bom humor, vontade de aprender e crescer na carreira.
Idade mínima de 26 anos. Morar nas imediações do Grande ABC.
Salário INICIAL: R$ 2.000,00 + almoço.
Enviar currículo para atitude@atitudecom.com.br e miriam@atitudecom.com.br.
Inglês avançado e com fluência total imprescindíveis. Faremos teste oral e escrito.

Como uma empresa se acha no direito de exigir que o(a) candidato(a) tenha carro e que ainda more perto ou no grande ABC, oferecendo o piso da categoria?!
Pelo visto, as qualificações profissionais (idiomas e experiência) são secundárias, critérios de desempate.
O pior desse anúncio é o requisito "bom humor" (Sim, eles precisam de um palhaço!).
Só faltou pedir repertório de piadas próprias e foto de corpo inteiro!

Presente (ou sacanagem) de Natal

Bom, hoje eu vou repetir aqui o texto que inaugurou o blog e que tem a ver com essa época festiva...

Vou contar uma história que aconteceu numa empresa de internet onde trabalhei. Dessa eu não participei, mas quando minha ex-chefe me contou, não sabia se ficava indignado ou morria de rir. Acabei por fazer as duas coisas.

Que algumas empresas tratam frilas e funcionários contratados de formas diferentes eu já sabia, mas essa foi o cúmulo da empresa mão de vaca. Não me recordo se era Natal de 2002 ou 2003. A empresa, uma das maiores do setor de web jornalismo, prometeu aos funcionários uma cesta de Natal. Que legal todo mundo contente. No dia da entrega chamaram para o estacionamento apenas os contratados. Alguém perguntou então se os frilas também não ganhariam o pequeno mimo. Ninguém na redação soube responder. Eis que uma alma caridosa entra em contato com o RH, que responde: "Ih, é mesmo. Tem os frilas. A gente esqueceu. Mas pode deixar que a gente vai pensar numa coisa legal pra dar pra eles".

Bom, pensaram, pelo menos um vale-presente do Walmart eles devem receber. No mesmo dia, uma pessoa do RH desce até a redação com vários envelopes e pede para a secretária distribuir para os frilas. A secretária, ao ver o conteúdo dos envelopes, se nega a realizar o fatídico trabalho. A pessoa pede então para ouro profissional da redação fazer. Este também se nega. Os envelopes ficaram então sobre uma mesa e alguém foi ver o que estava se passando. Ao abrir essas pequenas caixinhas de surpresa, o susto. O presente legal da empresa aos frilas foi revelado. Um adesivo de geladeira onde se lia "Assine o (nome da empresa). Ligue para 0800...."

Ainda bem que quando eu entrei na empresa as coisas já haviam melhorado. Mesmo frila, eu ganhei uma cesta de Natal. Tudo bem que diferente de quem era contratado (que ganhou duas cestas bem mais recheadas). Não que para mim fizesse diferença. O problema foi na hora da entrega, onde os frilas se sentiram discriminados. Não foi pra menos. Uma pessoa chamava e perguntava: "Frila ou contratado?. Ah, tá! Pra esse aí é cesta amarela" gritava o capitão-do-mato. "Pra esse outro é cesta azul". Nos sentimos na Casa Grande sendo separado dos demais escravos. Os que iam pra lida dos que serviam o sinhozinho.

Janela indiscreta

Pegando a onda do post anterior, me lembrei de algo que acontecia nas vizinhanças de um grande jornal em que trabalhei.

Certa noite, um jornalista que havia saído na varanda do prédio para tomar um ar (mesmo sendo o poluído ar de São Paulo) gritou para a redação: “meu tem um casal transando no apartamento em frente”.

Lógico, o alvoroço foi geral. Vários curiosos correram para a tal varanda para checar o fato. Eu não pude ir pois estava fazendo uma entrevista pelo telefone. Mas a coisa parecia que estava tão quente que minha vontade era mandar o entrevistado para o espaço.

A cena foi descrita da seguinte forma pelos olheiros: não dava pra ver as pessoas em si porque a cortina do apartamento estava fechada. Mas o posicionamento da luz projetava os vultos, as sombras das pessoas na janela. Uma das pessoas estava de bruços numa rede e a outra em pé, posicionada atrás da primeira. E ficaram naquele vai-e-vem sob os olhares da platéia.

Outras pessoas em outros andares do prédio também perceberam o ocorrido e ocupavam as varandas. Parecia aqueles camarotes de teatro, com todo o público prestando atenção na interpretação da ópera.

Um dos jornalistas, mais velho de casa, disse quando viu o que estava acontecendo que aquele apartamento era sempre locado por uma produtora de filmes pornôs gays e que eles deveriam estar gravando mais um longa.

O engraçado é que muita gente voltou ao trabalho, digamos assim, numa excitação! Pareciam estar revigorados e com uma vontade de trabalhar... Será que algo mais aconteceu naquela varanda?!

Sartre tinha razão

Ambiente agradável de trabalho. Colegas bem-humorados, cafezinho, suco, biscoitinhos à vontade. Tudo isso se passa numa produtora, localizada em Moema. Bairro arborizado, com gente bonita e ótimas opções de lazer (bares, restaurantes e shoppings).

Tudo parecia perfeito até a vizinha botar as manguinhas e outras “cositas” de fora. Explico. A casa ao lado é um discreto estabelecimento onde as funcionárias trabalham deitadas e descansam de pé. Até ai tudo bem. Cada um sobrevive como dá (e como!).

A vizinha vira problema quando as profissionais dela estão ralando e deixam vazar ruídos pela janela. Ninguém é santo ou quer bancar o moralista, mas convenhamos que é constrangedor receber clientes, motoboy, homem do gás, eletricista, etc com gritos e gemidos de prazer (outros nem tanto, enfim...) de background.

E de quebra suportar o contagiante coffee break das trabalhadoras. De vez em quando elas dão um "tapinha na pantera" básico para aliviar o estresse do dia. E quem está nas redondezas tem que aspirar a fragrância do Bob Marley.

Sartre tinha razão: o inferno são os outros!

* Enviada por um amigo radialista