Picadeiro da Informação

Wednesday, November 29, 2006

Pra que faculdade? Vamos de rádio peão!

Sabe quando chega uma hora no seu trabalho que você pensa: mas estudei tanto pra isso? Mas eu sou um bosta? O que eu digo não vale nada? Pois passei por isso uma vez num site de um grande jornal de São Paulo em que trabalhei.

Belo dia, o louco do editor-chefe grita de sua sala que havia um acontecimento. Não me lembro mais se era um assalto em andamento ou um resgate sendo realizado pelos bombeiros. O negócio é que eu não havia ouvido nada até então e os colegas de outras redações e mídias com quem costumava trocar figurinhas também não.

Eu e minha editora saímos ligando para Deus e o mundo atrás da notícia. Polícia, bombeiros, colegas, fontes, assessores. Ninguém sabia de nada. Informamos ao elemento chefe. Que disse que estávamos errados e que não sabíamos nem apurar uma nota. Continuamos tentando, mas ninguém sabia de nada, principalmente as fontes oficiais.

Então a editora foi à sala dele para argumentar e perguntar qual era a fonte dele pra gente ter mais um caminho a seguir. Depois de muito insistir ele disse pra gente esquecer porque tinha sido a empregada da editora-executiva que havia ligado para esta perguntando se a gente já tinha a notícia. A manda-chuva ligou para o editor-chefe cobrando a nota, que por sua vez ligou pra gente.

Ah, como a tal empregada ficou sabendo da notícia que não aconteceu? Ela estava sintonizada no programa Paulo Barbosa e ouviu o falso acontecimento. A “pauteira” então fez o alarde.

Polícia, bombeiros e cia. nunca confirmaram a notícia.

Wednesday, November 22, 2006

Motivos para comemorar

Já falamos mal de muita coisa até aqui. Péssimas experiências em redações, saias-justas e tudo o mais. Mas farei uma coisa inédita aqui. Vou elogiar. Sim, também há lugares (raros) onde dá prazer de trabalhar. E estou num deles.

Não que não haja do que reclamar (como o baixo salário), mas uma redação em que o ambiente é ótimo, onde as pessoas são maravilhosas e a chefia te trata decentemente (pelo menos até aqui) não se encontra tão facilmente.

Aqui, quase tudo é motivo de festa. Aniversário – festa! Recorde de audiência – festa! Bota-fora – festa! Halloween – festa! Despedida de andar (sim, um colega mudou de andar no prédio) – festa!

Hoje, nossa diretora ganhou de um finíssimo restaurante um pote com foigrass fresco e disse: ah, vamos comprar uma torradinha pra experimentar? Então ela e uma editora foram até um famoso restaurante que fica aqui pertinho e voltaram com torradas e uma champanhe (acho que importada). “Patê de foigrass sem champanhe não tem graça, né gente”, disse ela nos chamando para o tira-gosto.

Outro dia foi uma editora que compartilhou uma maravilhosa cesta de frutas que ela ganhara com a redação. Na verdade, praticamente tudo que chega de jabá aqui é compartilhado. E acho que esse é o espírito. E isso tem me surpreendido a cada dia por aqui.

Ah, o lugar em que trabalho? Bom, não vou divulgar aqui abertamente porque não temos vaga no momento...rs.

Friday, November 17, 2006

Folga por água abaixo


Meados de agosto de 2000. Havia dois meses que trabalhava nas madrugadas para atualizar o site de um grande jornal on-line. Uma tragédia tinha acontecido nessa época: o naufrágio do submarino russo Kursk.

Como fazia madrugada, trabalhava da maia-noite às 8h. Num belo sábado de manhã (quando terminava o meu horário) saí e fui pra casa. Combinei com minha namorada de fazer algo durante o dia em vez de dormir e descansar como regularmente fazia.

Na noite do sábado, cansado e com o sono atrasado, já que realmente havia resistido acordado, me deitei no sofá da casa de minha namorada para tirar um cochilo. Eis que o telefone toca! Era um dos editores dizendo que eu tinha que ir para o jornal porque os mergulhadores poderiam chegar ao submarino e tínhamos que dar a informação.

Perguntei se ninguém poderia ir, já que era minha folga de direito – FIM DE SEMANA – e ele disse que não. Que já tinha entrado em contato com outras pessoas e que ninguém poderia trabalhar naquela madrugada. Fiquei puto da vida e falei que estava sem dormir, em vão, claro.

Temendo pelo emprego, fui, né! Fazer o quê? Resultado: fiquei acordado direto das 22h de sexta-feira até as 10h de domingo; os mergulhadores realmente chegaram ao submarino; publiquei notas detalhadas de tudo o que ocorreu na operação de resgate; não recebi nem um obrigado (claro).

Esse é o grande problema. Para não correr o risco de perder o emprego, a gente se sujeita a fazer tudo o que nos mandam. Minha vontade era dizer para o tal editor: ninguém quer ir porque trabalhar de madrugada é uma merda! Vai você então que eu não vou. Só que isso seria passe direto para a fila do seguro-desemprego na segunda-feira. Mas com o tempo a gente aprende a dizer “não” para o chefe e mandar ele se fuder de forma educada e sem que ele perceba.

Monday, November 13, 2006

Além da Imaginação


Sabem aqueles truques de mágica onde uma pessoa entra por uma porta e depois do “abra cadabra” ela desaparece sem deixar pistas? Ou então aqueles desenhos tipo He-Man onde os personagens chegam a um lugar ou vão embora por um portal mágico? Bom, um dia fiquei sabendo que isso aconteceu no jornal onde trabalhei.

As informações são desencontradas, mas, conta a lenda, que um homem entrou no prédio do jornal (passando pela segurança sabe-se lá como) e percorreu os andares. Eis que em determinado momento o elemento sorrateiramente afanou uma televisão e foi embora lindo e saltitante! Como isso aconteceu? Vamos refazer os passos do larápio.

Consta que o aparelho subtraído estava instalado no quarto andar (onde fica a redação). Como ele retirou a TV com tanta testemunha? Ele pode ter usado uma desculpa como “sou da manutenção e tenho que levá-la ao conserto”. Ok, descer pelo elevador daria muito na cara, então ele deve ter descido pelas escadas. Mas ninguém o viu? Claro que não. Escadas não são o meio de transporte utilizado por jornalistas sedentários que só andam de elevador, mesmo que seja para subir ao 1º andar.

Tá, no térreo a saída das escadas é para o hall do elevador. Mas o corredor ao lado dá acesso à parte dos fundos do prédio onde fica um depósito. Lá havia vários restos de cadeiras, mesas, parte do setor de impressão de jornais... enfim, uma bagunça. Também haviam portas e passagens para lugares que só Deus sabe, e a saída dos fundos. Neste local costumam circular operadores das prensas, bombeiros do prédio, faxineiras e seguranças.

Conta a lenda que o meliante passou por esse local carregando a TV e desapareceu misteriosamente. Seguranças dizem que não viram ninguém deixando o prédio com tal volume. Testemunhas dizem até que viram a pessoa, mas não a conheciam nem sabiam o que ela carregava. Parece que o furto só foi constatado depois que uma faxineira percebeu aquela marca com o pó em volta de onde ficava o aparelho.

Na minha opinião, o ladrão é um jornalista morto-vivo que foi aprisionado nas masmorras do prédio durante a ditadura. Agora, ele habita as famigeradas catacumbas e às vezes sai de onde está para usurpar material da redação como forma de pagamento pelos serviços prestados. Ele circula após a meia-noite pelos corredores do prédio em busca de alimento e captura plantonistas que são transformados em jornalistas-zumbis e que são escravizados pelos editores das publicações do grupo.

Monday, November 06, 2006

Anúncio de emprego

Não resisti. Vou postar aqui a minha indignação com mais este anúncio de emprego ridículo. Agora me diz: o profissional que aceita tem ou não tem que comparecer à entrevista de nariz de palhaço???

Nome: MZ CONSULT
Descrição Sumária: Serviços de consultoria na área financeira
Ramo de Atividade: Prestadora de Serviços
Cidades: SAO PAULO-SP (1 vaga)

Título: Redator - comunicação institucional
Descrição: Formação em humanas, preferencialmente em Letras, Lingüística ou Comunicação Social. Necessário experiência de pelo menos um ano na função. Excelente redação e conhecimentos de gramática portuguesa. Inglês fluente é imprescindível (será verificado em teste escrito eliminatório, pré-entrevista). Espanhol desejável.

Agora vem o melhor...

Disponibilidade para trabalhos sob pressão, com prazos curtos e alta qualidade. Responsabilidade e comprometimento.

Como assim??? Exigência de trabalho com alta qualidade trabalhando sob pressão e com prazos curtos????!!! E com certeza fazendo o trabalhando de três pessoas e ganhando mil reais. Fala sério!!!

Wednesday, November 01, 2006

Mais sobre os coleguinhas

Há ainda um outro tipo nas redações, mas esse deve existir em outras empresas também, não só nas comunicaçõe. É o pornô. A começar, o pornô é fácil de identificar: tem como fundo de tela uma mulher com pouquíssima roupa, caras e bocas em posições nada religiosas...
O pornô também sempre lança olhares às colegas, mas o pior mesmo são as piadinhas de duplo sentido, e teor sexual, que o figurinha sabe aos montes... e só ele acha graça...
Pessoalmente eu nunca vi, mas já ouvi relatos de que há o pornô em versão feminina.