Picadeiro da Informação

Friday, August 25, 2006

Mandamentos

Conta a lenda que quando Deus liberou para os homens o conhecimento sobre como ser jornalista, ele determinou que aquele "saber" iria ficar restrito a um grupo muito pequeno e selecionado. Mas, neste grupinho, onde todos se achavam "semi-deuses", já havia aquele (Judas) que iria trair as determinações divinas (hum...acho que é por isso que a nossa profissão começa com jota!). Então aconteceu o pior.
Deus, muito bravo com a traição, resolveu fazer valer alguns mandamentos:

1º Não terás vida pessoal, familiar ou sentimental.
2º Não verás teu filho crescer.
3º Não terás feriado, fins de semana ou qualquer outro tipo de folga.
4º Terá gastrite, se tiver sorte. Se for como os demais, terá úlcera.
5º A pressa será teu único amigo e as suas refeições principais serão os lanches, as pizzas e o China in Box.
6º Teus cabelos ficarão brancos antes do tempo, isso se te sobrarem cabelos.
7º Tua sanidade mental será posta em cheque antes que completes 5 anos de trabalho.
8º Dormir será considerado período de folga, logo, não dormirás.
9º Trabalho será teu assunto preferido, talvez o único.
10º A máquina de café será a tua melhor colega de trabalho, porém, a cafeína não te fará mais efeito.
11º Terás sonhos, com entrevistados, e não raro, resolverás problemas de trabalho neste período de sono.
12º Exibirás olheiras e rugas como troféus de guerra.
13º E, o pior... Inexplicavelmente gostará de tudo isso....... (será?)

Tuesday, August 22, 2006

Era uma vez...

... Uma empresa de comunicação que, assim como a maioria, não pagava os direitos dos funcionários como deveria. Ainda bem que isso faz parte do passado, né?
Um dia, sabe se Deus porque milagre, o Minitério do Trabalho resolveu baixar na redação para verificar umas denúncias de trabalho escravo _oops, quero dizer, de trabalho sem registro em carteira. O famoso frila fixo. Tempo muito remoto. Hoje isso é coisa do passado, claro.
Quando os fiscais chegaram, os funcionários fantasmas às avessas_que, ao contrário dos públicos, trabalham mais não recebem_ tiveram de sair correndo. Era bolsas jogadas embaixo de cadeiras, computadores sendo desligados com pressa e frilas todos confinados na lanchonete da cobertura.
Ainda bem que essa fase passou e hoje a mesma empresa paga horas-extras, folgas e férias para todos.

Wednesday, August 09, 2006

Movido à Duracell

Os circenses, que só ficam no picadeiro, têm energia de sobra. Quem faz rua sabe bem o que eu quero dizer. A frustação, o tédio e a necessidade de autoafirmação, aliados a falta de educação resultam em comportamentos insuportáveis nesses seres vivos. E por isso, se acham no direito de "botar pilha" em quem está suando a camisa na rua.

No circo anterior, isso acontecia freqüentemente. Me lembro de uma externa que o atraso foi a atração principal do dia. Liguei para o local da entrevista e pedi para que avisasse o assessor e o entrevistado que os saltimbancos chegariam 30 minutos depois do horário combinado. O trânsito e um número de contorcionismo na corda bamba atrapalharam nossa "logística".

No meio do caminho o povo da lona colorida ligou para o meu celular perguntando, porquê ainda não tinha chegado. E fazendo terrorzinho, dizendo que o entrevistado ia embora. Retruquei que tinha acabado de ligar, mas o palhacinho, que não parava de dar vários shows, insistiu que o assessor não sabia de nada (é foda quando duvidam da palavra do companheiro de trabalho. Tenho culpa se a pessoa que me atendeu ao telefone esqueceu de passar o recado para o entrevistado!?).

Quando cheguei pedi desculpas pelo atraso. Ah! O assessor logo desfez o bico quando o reconheci. A gente tinha estudado junto na faculdade. Terminado o espetáculo, o pessoal só faltou dar uma bitoca no meu nariz porque estávamos divulgando o trabalho da ONG (dúvido que eles iam embora, como havia dito o circense).

Enfim, sem estresse ou com estresse, o show tem que continuar e a gorjeta é a mesma merreca de sempre, então, pra quê botar pilha!? BARALHOOOOO!

Friday, August 04, 2006

Boca fechada não entra mosca

Hoje o assunto não é a empresa em si, mas como o mundo dos jornalistas é pequeno.

Sabe aquele momento em que você percebe que deveria ter ficado de boca fechada um minuto atrás? Pois, é. Isso me aconteceu um tempo atrás. Falei com um colega do lado, que estava lendo uma coluna, que eu odiava o colunista em questão e que ele me deu trabalho num antigo emprego.

Ele então me passou um MSN dizendo: "Sabia que ele é marido da nossa editora?" A sorte foi que ela não estava em sua mesa, que ficava a 2 metros da minha, e somente duas pessoas ouviram.

Por pouco eu perco o emprego um dia depois de ser contratado....rs. Ainda bem que isso foi há muito tempo.....