Picadeiro da Informação

Thursday, January 25, 2007

Quando assessores de imprensa perdem (completamente) a noção...

Acordei muito cedo preparada para um dia de cão. Chego no Palácio do Planalto pouco antes das 8h. Dia de pacote econômico. Dia de muitos ministros falando. Dia de muito trabalho.

As entrevistas duram o dia todo (em um dado momento a sala de entrevistas tinha mais gente que jornalista, bizarrice causada por redações cada vez mais enxutas).

Por volta das 21h eu já tinha acabado tudo de mais relevante para o dia, mas ainda tinha que ir até a redação assinar o meu pedido de férias.

Cheguei em casa por volta das 22h. Tomei banho, comi algo e vi um pouco de TV. Devo ter ido dormir por volta da meia-noite.

Estou lá, em um sono profundo, quando ouço o celular (que também é meu despertador). Acordei inconformada pelo fato da noite ter passado tão rápida. Quando fui "calar" o celular, percebi que na verdade era uma ligação. Até vi o nome no identificador de chamadas, mas estava com muito sono para perceber quem era.

Eu: _Alô Assessora: _Oi. Aqui é a fulana de tal. É só para avisar que mandei para o seu e-mail o aviso de uma captação do Tesouro. Eu: _Hã: Tá. Obrigada.

Desliguei e fui ver que horas eram: DUAS E QUINZE DA MANHÃ!!!

Post publicado por Denise a pedido de uma importante colaboradora desse blog:
"enviada especial ao quadradinho"

Wednesday, January 17, 2007

Sorria, você está sendo filmado

Há alguns anos, quando trabalhava no site de um famoso jornal de São Paulo, ouvi algumas vezes os colegas reclamarem que algumas coisas estavam sumindo ou, falando mais claramente, sendo furtadas.

Os objetos abduzidos no início eram besteiras: canetas (o mais comum, não é?), bloquinhos, souvenirs que o pessoal ia deixando sobre os computadores... Um dia a coisa ficou grave: o zip drive do fotógrafo desapareceu fantasmagoricamente. Depois, ouvi dizer que material de escritório também estava desaparecendo de uma salinha que funcionava como depósito.

Um dia eu tirei uma folga no meio da semana (detalhe, eu trabalhava de madrugada e sozinho, sem outra alma qualquer na redação). Nessa mesma semana, depois da minha folga, entrei na tal salinha para pegar papel para o fax e vi que a gaveta onde antes estavam vários cartuchos para as impressoras esta vazia. Na hora, nem me toquei que eles haviam sido roubados.

Alguns dias depois comentei sobre os cartuchos e me disseram que eles realmente haviam sido roubados. Pensei, vão desconfiar de mim, já que fico sozinho de madrugada. Aí, a surpresa. Um editor disse que pegaram a pessoa. O elemento já vinha furtando material nos fins de semana, quando não havia ninguém na madrugada. Para pegá-lo, uma câmera foi colocada na salinha dentro do ar condicionado e, justamente na minha folga, ele atacou. E se deu mal.

Mas casos como esse devem existir em vários lugares. Na empresa onde trabalho hoje em dia, foram registrados casos de furtos poucos dias antes de eu ser admitido. E me avisaram quando entrei: evite deixar celular, carteira e outros objetos de valor sobre a mesa, pois andaram sumindo por aqui.

Wednesday, January 10, 2007

De como comecei a perder meu emprego

Era uma vez uma jornalista que ainda acreditava na ética profissional. Essa coitada trabalhava em uma empresa que tinha muito mais cacique que índio e, como sempre acontece, um cacique queria mandar mais que o outro.
Certo dia, a jornalista ingênua _que era subcacique_ teve uma pequena discussão com a cacique júnior, que devia estar na TPM. Sem entender o motivo da bronca "obdece-porque-sou-seu-chefe" foi pedir ao cacique sênior que explicasse o porquê do chilique e como evitá-lo da próxima vez.
O cacique sênior, que não tinha este título por acaso, mas porque já tinha passado a perna em muito cacique júnior, respondeu:
"Chilique? Não vi nada. Imagina"
Na semana seguinte (depois de 19 dias sem folga, mas isso é um outro post), sem entender, a subcacique estava na rua.

BBB gera empregos diretos e indiretos; mas vale a pena?

Nos últimos anos, o grande acontecimento da TV no mês de janeiro tem sido a estréia do Big Brother Brasil na Globo. O programa, apesar de muita gente não gostar e achar a fórmula batida, continua a atrair grande audiência e mobiliza sites no país, que também exploram “notícias” sobre os confinados.

Terra e Globo.com, por exemplo, produzem notas praticamente minuto a minuto com informações “imprescindíveis” para cada um de nós. Por exemplo: Brothers dormem neste momento; Fulano enfia o dedo no nariz; Fulana espreme espinha na piscina; Ciclana vira de lado na cama.

Para acompanhar toda essa movimentação, as redações têm contratado freelas para acompanhar o programa 24 horas por dia. Eles grudam na frente da TV e fabricam notas como loucos para deixar os especiais atualizados. Mas a pergunta que me bate é: estudar tanto tempo para isso? Vale a pena ganhar R$ 600 por mês para trabalhar 8 horas por dia (ou mais) para assistir TV e fazer fofoca sobre o que 16 pessoas enclausuradas fazem da vida?

A minha impressão é que a moça do café ou a da faxina poderiam fazer a mesma coisa (desde que sejam alfabetizadas, claro). Eu acho que as pessoas que mandam nessas empresas perderam um pouco o seu “senso de noção”. E claro, nós também por aceitarmos esse tipo de trabalho. Por outro lado, eu entendo, porque quando o desemprego bate à nossa porta, o desespero nos leva a fazer loucuras.

Thursday, January 04, 2007

Globo inflaciona mercado de mimos de Natal

Realmente, o padrão Globo de qualidade está muito acima das expectativas de muitas empresas. Para se ter uma idéia, a empresa arrasa os concorrentes até mesmo nos agrados que distribui para seus funcionários no fim de ano.

Segundo fontes, os jornalistas do G1, portal de notícias da poderosa, receberam um vale-compras de um hipermercado no valor de R$ 450 cada um para ajudar a comprar os comes e bebes para as ceias ou mesmo presentes.

Na Folha de S.Paulo os funcionários também ganharam um vale-compras no valor de R$ 120, além de um panetone. A quantia não é tão gratificante quanto a oferecida pela Globo, mas foi melhor do que a entregue no ano passado, que foi de R$ 80.

No iG, o agrado foi mais simplesinho. Funcionários foram agraciados com uma sacola térmica contendo uma ave Classy (um frango bombado) e uma picanha suína, além de um panetone.

Se você leitor tiver informações sobre o que as demais empresas jornalísticas distribuíram, por favor, informe!

Feliz 2007 a todos!!!