Picadeiro da Informação

Tuesday, October 31, 2006

Estranho caso do sumiço da comida alheia

Muitas empresas de comunicação não dão vale-refeição, nem vale-transporte, enfim, nem valem-nada... Então, a fim de economizar o parco salário, os funcionários, além de jornalistas, são marmiteiros: trazem seu almocinho de casa. Trabalhei numa empresa assim.

Nenhum problema nisso se com o passar do tempo não começassem a acontecer coisas estranhas com o almoço das pessoas. A comida, simplesmente, começou a ser roubada! Isso mesmo! Havia gaiatos roubando marmitas dos pobres assalariados!!!

Os roubos começaram de leve, roubavam bananas, iogurtes, barrinhas de cereais..., mas evoluíram. Funcionários-ladrões começaram a roubar as marmitas mesmo, com os tupperwares junto. Até que, em um belo dia, roubaram um bolo de aniversário. Um pobre desavisado deixou um bolo de aniversário na geladeira da empresa, um bolo inteiro, dentro de uma caixa, e quando foi buscar... cadê o bolo? O gato comeu... aliás, o gaiato roubou...

Até onde eu sei, o ladrão de marmita nunca foi pego...

Sobre os coleguinhas – O porco

É, a “pessoa humana” realmente é uma caixinha de surpresas. Você não precisa trabalhar numa grande redação para ter contato com a mais variada fauna jornalística. No meu caso, trabalhava com uma colega (sim, do sexo feminino) que se encaixa na descrição de porquinha.

Por economia da empresa nós compartilhávamos a mesma mesa. Ela trabalhava de manhã e eu, à tarde. Sempre que chegava ela estava lá e eu ficava esperando, às vezes, mais de uma hora, sem poder fazer absolutamente nada. Quando ela saía, eu podia começar a trabalhar.

O problema é que, todos os dias, antes de começar o lerê, eu tinha que fazer uma limpeza na minha área de trabalho. Jornais espalhados, mesa suja pela tinta dos jornais e restos da comida do almoço. Isso me irritava muito porque odeio bagunça e sujeira. Mas, o mesmo se repetia todos os dias.

O auge da coisa aconteceu nas férias dela. Nossa mesa tinha duas gavetas. A de cima era dela. Raramente eu abria sua gaveta, já que eu não tinha nada meu lá. E também porque tinha tanta coisa entulhada que era difícil fechar depois. Um dia, abrindo a minha gaveta, uma borboleta, uma traça ou um sei lá o que saiu voando de lá de dentro. Mas ela não me pertencia. Resolvi abrir então gaveta dela pra ver o que tinha.

Dentro, um embrulho que ela havia ganhado de presente com umas canelas em pau e uma coisa gosmenta que havia estragado, embolorado, deteriorado e praticamente criado vida.
Minha atitude? Tirei duas ou três coisas que vi que eram importante e virei a gaveta no lixo. Nem sei o que acabei jogando fora. O pior é que quando voltou de férias, nem notou que a gaveta estava literalmente limpa. Acho que não havia nada de importante mesmo.

Friday, October 27, 2006

Hoje Jornal demite 17 jornalistas

Dezessete jornalistas do Hoje Jornal, em São Bernardo, foram demitidos nesta quinta-feira (26/10) após se reunirem com os diretores do SJSP para reivindicar pagamento do adiantamento de outubro, que deveria ter sido pago no último dia 20, e denunciar a má condição de trabalho na empresa.

O diretor da empresa, Roberto Pedroso, não atendeu aos jornalistas, nem aos representantes do Sindicato o diretor Kepler Polamarçuk e o advogado Jefferson Martins de Oliveira que estavam presentes - a pedido dos colegas para atender as suas reivindicações.

Enquanto o Sindicato tentava marcar uma nova reunião com o diretor da empresa, os jornalistas voltaram ao trabalho. Na redação, os colegas foram surpreendidos pelo anúncio de demissão.

Hoje (27/10) o presidente do SJSP, Guto Camargo ser reunirá com os jornalistas demitidos para discutir formas de garantir seus direitos trabalhistas. “A situação foi agravada pela resistência da empresa em negociar”, explica o presidente do SJSP.

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Vamos torcer para que esses colegas processem e ganhem suas causas na Justiça.

E sobre os coleguinhas?

É fato que a classe dos jornalistas talvez seja a mais desunida de todas as classes profissinais... Eu não entendo direito isso porque tenho grandes amigos jornalistas, porém, creio eu, deve ter relação com a vaidade exacerbada de algumas dessas pessoinhas... Considerações à parte, nos últimos anos que passei em redações e convivendo com jornalistas, além dos tipinhos metidos, me deparei também com toda uma vasta galeria de tipos humanos peculiares, por vezes engraçados, por vezes BEM difíceis de conviver... Quero destacar dois desses tipos:
O otimista forçado
É aquele jornalista que sabe-se lá porquê é super deslumbrado com a profissão e fica o dia inteiro repetindo: olha que legal essa pauta, olha que legal a entrevista que eu fiz, olha que legal o que esse entrevistado falou, olha que legal esse retorno de leitor ... quando não emenda coisas ainda piores: olha que legal o que eu fiz no final de semana ou olha que legal estou usando meias novas.... Não dá.
O porco
O porco se mostra em algumas variações. Eu, felizmente, nunca trabalhei com pessoas assim, mas conheço alguns cases: uma amiga trabalhou por quase um ano ao lado de um rapaz que tinha uma daquelas tossinhas chatas e freqüentas. Até ai, problema dele, não fosse o costume do moço de tossir sempre virado para o lado da minha amiga, sem pôr a mão na boca... arghh... E ela amargou um ano os perdigotos alheios
Outra coleguinha, por sua vez, volta e meia, tinha que fazer reuniões com um fulano que não parava de peidar – isso mesmo! -, o tempo todo... A pessoa em questão era viciada numas bolachinhas de chocolate e bem provavelmente por isso não tinha controle sobre os gases... E essa minha coleguinha, só para se vingar, espalhava para todo mundo do trabalho: "pode contar com o fulano porque fulano dá um GÁS no trabalho".
Conte você também sua experiência com um tipo bizarro como colega de trabalho.

Wednesday, October 25, 2006

De lá pra cá... daqui pra lá... eu vou!


Em 2004 cobri o desfile das escolas de samba de São Paulo no Anhembi pelo jornal on-line em que trabalhava. Claro, contra a minha vontade, já que tive que comparecer aos dois dias (ou madrugadas) de festa.

Como nunca tinha feito tal cobertura, tinha a certeza de que teria que sambar e rebolar para conseguir tudo o que me pediram - passar as informações sobre os desfiles, entrevistar famosos e pseudo-famosos e integrantes de escolas que passassem pela passarela do samba, personalidades que estivessem no camarote da prefeitura, e fatos curiosos.

Para minha “sorte”, São Pedro mandou aquela chuvinha chata tanto na sexta quanto no sábado. Então, ficava um pouco no camarote, um pouco na pista, andando para lá e para cá sem parar com a roupa toda molhada e com fome.

Apesar do sofrimento, acabei me divertindo de certa forma. É engraçado ver o pessoal da rádio CBN transmitindo o desfile. Na dispersão, estava lá a repórter narrando: a comissão de frente vem chegando, chique e luxuosa. Na fantasia predomina o amarelo-ouro e o azul-turquesa com 342 cristais bordados, muito brilho e coreografia maravilhosa... Meu Deus! Quem “assiste” ao desfile pelo rádio??? Nem os ceguinhos da Fundação Dorina Nowill.

Também é hilário ouvir os colegas fazerem aquelas clássicas perguntas (que eu me recuso) para a porta-bandeira na dispersão: do que é feita a sua fantasia? Como estava a escola este ano? (como se ela tivesse visto a escola passar em vez de ter se concentrado em sua apresentação). E ouvir a resposta padrão: a escola estava linda, a gente entrou com muita garra, a comunidade está de parabéns...

Na verdade, minha vontade era perguntar: rodar tanto não te deixa tonta? Esse boiola do mestre-sala com esse leque ridículo na mão não te lembra o Locomia? Quantos pavões e faisões foram sacrificados para fazer seu costeiro?

Mas além de engraçado, o Carnaval também pode ser perigoso. Eu estava na dispersão, sob um relógio que conta o tempo do desfile, vendo o final da apresentação da Gaviões da Fiel. Resolvi então atravessar para o outro lado para entrevistar alguém que vi. Quando olho para trás vejo um carro alegórico se enroscando e derrubando o tal relógio sobre as pessoas. Algumas ficaram feridas. Foi a maior sorte (minha, claro).

Quando você chega à redação com o sol nascendo, cansado e surdo, ainda tem que contar para os colegas curiosos a sua saga. Depois, ir para casa, ter 5 horas de sono mal dormido escutando aquele bumbo batendo na sua cabeça, levantar com o corpo dolorido e voltar para mais uma noite de festa e alegria. Ô coisa boa que é o país do samba!

Insalubridade já!!!

Wednesday, October 18, 2006

Cafezinho: o velho clichê

Primeiro indicador da decadência foi o corte do cafezinho.

Parece clichê, mas é fato. Quem trabalha no picadeiro sabe que essa bebida é o combustível dos palhaços (agora entendi como os árabes conseguem adivinhar o futuro por meio da borra do café).

Depois, começou o racionamento de papéis higiênicos, de materiais de escritório, até a situação chegar ao corte do telefone por falta de pagamento.

E a derradeira: SALÁRIOS ATRASADOS!

Endividados, alguns palhaços paráram o espetáculo, mas há sempre aquela corja que faz filantropia: trabalha de graça. Palhaços hor concours.

E a direção do circo fez o truque do coelho na cartola.

Um prêmio pra quem adivinhar o nome do circo!


*** Palhaçada enviada por um circense de braços cruzados

Monday, October 16, 2006

Dura Jornada

Reparem no horário de trabalho deste anúncio de emprego para jornalista.

Nome: DEBRITO
Descrição Sumária: Agência de propaganda a marketing.
Ramo de Atividade: Mídia/ Publicidade/ Propaganda
Cidades: SAO PAULO-SP (2 vagas)

Título: Redator de Web Writer
Descrição: Experiência mínima de um ano. Com superior em Comunicação ou Jornalismo. Irá fazer criação de conteúdo para portais na internet. Observações: Salário a combinar + alimentação + VT. Horário das 9h às 20h. Local: Vila Olímpia. Contratação autônoma com possibilidade de efetivação.
Áreas Profissionais: Jornalismo
Níveis Hierárquicos: Profissional Especializado - com curso superior Quantidade: 2 vagas

Fico pensando e não sei o que é mais desanimador... Se eles são sinceros em colocar que a jornada diária é de 11h ou se eles são sinceros em já retratar a realidade de um pobre jornalista no anúncio... Jornalista não pode trabalhar apenas sete horas num dia?

*** História enviada pela jornalista colaboradora "Equilibrista"

Monday, October 02, 2006

Palhaços, uni-vos!

Caros companheiros de Picadeiro,

O Picadeiro está arrancando aplausos, gritos e bis do respeitável público a cada dia!

Mas a comunidade no Orkut ainda está no anonimato (snif!).

Convidem circenses de outras lonas a participarem
Picadeiro no Orkut

Lembrem-se do lema: The show must go on!